IRÃ x EUA
Os Estados Unidos, antes da decadência atual, necessitava de um ponto de “apoio”, ou seja, um ponto logístico na região do “mundo árabe”, rico em petróleo. Os Estados Unidos da América são os maiores consumidores de petróleo do mundo. Queriam manter o controle sobre o petróleo e evitar (durante a Guerra Fria – até 1992) que a União Soviética se apoderasse deste recurso esgotável e comprometesse o desenvolvimento urbano-industrial dos EUA e aliados mundo afora. Sendo assim, Israel foi e é fundamental. Os países vizinhos odeiam Israel, seja em função das divergências quanto à religião, seja quanto a não aceitação da existência deste país, ou ainda pela brutalidade dos conflitos entre israelenses e palestinos. Os Estados Unidos necessitam de Israel e garantem a sua segurança e integridade : sendo assim, recebem toda a hostilidade que era somente contra Israel.
Para os países vizinhos de Israel, a presença dos Estados Unidos na região é uma ameaça ao islamismo e aos interesses econômicos. Para os Estados Unidos, uma questão de manter sua economia e o seu poder militar e geopolítico no mundo.
Os ataques ao World Trade Center e ao Pentágono em setembro de 2001, denotam esta agressividade contra os Estados Unidos. A violência dos ataques é injustificável: e a violência americana contra estes povos é justificável ?
Os Estados Unidos odeiam a paz. Trata-se de um país beligerante, uma potência de guerra, sendo que os conflitos armados geram uma grande movimentação econômica para este país. Os EUA só não concederam uma guerra de verdade contra a Rússia, pelo motivo que este país era tão grande quanto em termos militares.
E como fica a questão do Irã neste cenário ? Este país é uma aberração para os padrões ocidentais em função da Revolução Islâmica dos anos 70, que impôs o islamismo e seus costumes. O ocidente adere à idéia do individualismo, ou seja, pessoas, grupos e empresas podem agir de acordo com suas filosofias e metas. Mas não é o caso do Irã. Diante do radicalismo do Irã e dos aiatolás, surge à idéia do programa nuclear iraniano. Para este país, neste momento, serve apenas como o poder de dissuasão contra Israel e Estados Unidos, ou seja, difunde-se a idéia de que “pode ser” construída uma bomba atômica e isto cria um condicionamento : força eventuais inimigos a pensarem nas conseqüências antes de agir contra o país.
Esta forma de governo do Irã é uma ameaça ao pensamento estadunidense para o mundo, pois os EUA agem violentamente contra tudo que for contrário ao sistema capitalista, afinal o capitalismo necessita de mercados e fluxos e o fechamento do Irã é uma ameaça, do ponto de vista americano, a todo sistema internacional capitalista.
As potências internacionais não aceitaram o acordo brasileiro : primeiro porque o Brasil mostrou-se um negociador confiável e uma potência regional com atuação mundial e isto nunca interessa as velhas potências do mundo ... segundo por que os Estados Unidos perdem a influência para o Brasil na América ano a ano e agora este mesmo Brasil se aventura no Oriente médio, onde os Estados Unidos não admitem interferências. A briga vai para o Conselho de Segurança da ONU, onde os Estados Unidos pretendem destruir o Brasil e seu acordo. Afinal, qual é o motivo pelo qual os Estados Unidos querem impor sanções ao Irã ? Ainda hoje países ricos em recursos naturais são alvos de grandes potências e poderosos grupos internacionais. Um caso grave que pode muito bem ser utilizado como exemplo foi a invasão do Iraque pelos Estados Unidos, em 2003, apoiado pelo Reino Unido, onde um país embargado durante anos, fragilizado militarmente e economicamente, sucumbiu diante do poder militar da coalizão, em uma ação não apoiada pela ONU, por muitos países e algumas potências (militares e econômicas), que visava prioritariamente a utilização do petróleo, encontrado em abundância naquele país. Em uma ação minuciosamente planejada, o Iraque foi embargado e o ditador Saddam Hussein foi mantido no poder, mesmo depois de perder a Guerra do Golfo para os Estados Unidos – 1991. Doze anos de embargo econômico e a manutenção do governo ditatorial deixaram um dos maiores produtores de petróleo extremamente debilitado e em uma rápida ofensiva militar ocidental, sem motivos, o controle sobre a rica fonte de energia foi transferido para os governos e interesses ocidentais.